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terça-feira, 22 de março de 2011

"A LÓGICA E A VERDADE"


A filosofia não é um conjunto de idéias e de sistemas que possamos aprender automaticamente, não é um passeio turístico pelas paisagens intelectuais, mas uma decisão ou deliberação orientada por um valor: a verdade.
A saber:"Ignorar é não saber alguma coisa, estar alheio ao objeto ou questão". Em geral, o estado de ignorância se mantém em nós enquanto as crenças e opiniões que possuímos para viver e agir no mundo se conservam como eficazes e úteis. A incerteza é diferente da ignorância porque, na incerteza, descobrimos que somos ignorantes, que nossas crenças e opiniões parecem não dar conta da realidade, que há falhas naquilo em que acreditamos e que, durante muito tempo, nos serviram como referência para pensar e agir. O espanto e a admiração, assim como antes a dúvida e a perplexidade, nos fazem querer saber o que não sabíamos, nos fazem querer sair do estado de insegurança ou de encantamento, nos fazem perceber nossa ignorância e criam o desejo de superar a incerteza.
O desejo da verdade aparece prematuramente nos seres humanos . Ao mesmo tempo, nossa vida cotidiana é feita de descobertas, aprendizado e pequenas e grandes decepções. Por isso desde cedo, vemos as crianças perguntarem aos adultos se tal ou qual coisa "é de verdade ou é de mentira, verdadeira ou falsa". (Creio que a alienação tem seu inicio aqui). Quando crianças, estamos sujeitos a duas decepções: a de que os seres, as coisas, os mundos maravilhosos não existem "de verdade" e a de que os adultos podem dizer-nos falsidades e nos enganar. Essa dupla decepção pode acarretar dois resultados opostos: ou a criança se recusa a sair do mundo imaginário e sofre com a realidade como alguma coisa ruim e hostil a ela; ou, dolorosamente, aceita a distinção, mas também se torna muito atenta e desconfiada diante da palavra dos adultos. Nesse segundo caso, a criança também se coloca na disposição da busca da verdade.
Assim, seja na criança, seja nos jovens, seja nos adultos, a busca da verdade está sempre ligada a uma decepção, a uma desilusão, a uma dúvida, a uma perplexidade, a uma insegurança ou, então, a um espanto e uma admiração diante de algo novo e insólito. Embora pareça paradoxal, em nossa sociedade, é muito difícil despertar nas pessoas o desejo de busca da verdade, pois é sabido que a nossão de verdade é relativa entre o senso comum e a verdade como ela é realmente. (os valores e a capacidade de julgar estão um tanto restrito e desorientados).
Mas o fato é que recebemos uma grande quantidade de veículos e formas de informação que acabam tornando tão difícil e complexa a busca da verdade, pois todo mundo acredita que está recebendo informação e formação, verdadeiras, de modos variados e diferentes.
Uma outra dificuldade para fazer surgir o desejo da busca da verdade, em nossa sociedade, vem do Markting das grandes mídias - propaganda -. O Markting trata todas as pessoas - crianças, jovens, adultos e idosos - como crianças extremamente ingênuas e crédulas. (igualando a deficientes mentais).
A propaganda nunca vende um produto dizendo o que ele é e para que serve. Ela vende o produto rodeando-o de magias, belezas, dando-lhe qualidades que são de outras coisas. Uma outra dificuldade para o desejo da busca da verdade vem da atitude dos políticos nos quais as pessoas confiam, ouvindo seus programas, suas propostas, seus projetos, enfim, dando-lhes o voto e vendo-se, depois, ludibriadas e enganados. (Não podemos genaralizar mas a questão é os resultados negativos que vemos). Em vista disso, a tendência das pessoas é julgar que é impossível a verdade na política. No entanto, essas dificuldades podem ter o efeito oposto, isto é, suscitar em muitas pessoas dúvidas, incertezas, desconfianças e desilusões que as façam desejar conhecer a realidade.
Para essas pessoas, surgem o desejo e a necessidade da busca da verdade.
Podemos, dessa maneira, distinguir dois tipos de busca da verdade. O primeiro é o que nasce da decepção, da incerteza e da insegurança e, por si mesmo, exige que saiamos de tal situação readquirindo certezas. O segundo é o que nasce da deliberação ou decisão de não aceitar as certezas e crenças estabelecidas, de ir além delas e de encontrar explicações, interpretações e significados para a realidade que nos cerca. Esse segundo tipo é a busca da verdade na atitude filosófica. Dentro da qual aparece a única verdade: "Penso, logo existo", pois, se eu duvidar de que estou pensando, ainda estou pensando, visto que duvidar é uma maneira de pensar. A consciência do pensamento aparece, assim, como a primeira verdade indubitável que será o alicerce para todos os conhecimentos futuros. Com o aparecimento dos diversos sistemas filosóficos e depois de disseminado pela Grécia antiga o gosto pelas teorias racionais abstratas, impôs-se a necessidade de uma ciência que disciplinasse a argumentação e o pensamento, estabelecendo critérios de validade e veracidade das proposições. Lógica é a ciência que tem por objeto determinar, entre as operações intelectuais orientadas para o conhecimento da verdade, as que são válidas e as que não são. Estuda os processos e as condições de verdade de todo e qualquer raciocínio. O conhecimento só é científico quando, além de universal, é metódico e sistemático, ou seja, lógico. Assim, a lógica se entende como método, ou caminho que as ciências trilham para determinar e conhecer seu objeto, e como característica geral do conhecimento científico. Do ponto de vista didático, a lógica se alinha com a metafísica, a ética, a estética etc. como disciplina da filosofia. Assim entendida, chama-se mais propriamente lógica formal, pois não se aplica ao conteúdo do que enuncia, mas unicamente aos conceitos, aos juízos e raciocínios.

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